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A Comissão Europeia Tenciona Permitir OGM

A Comissão Europeia Tenciona Permitir OGM

Os agricultores têm vindo a ser convencidos pela indústria de biotecnologia que Organismos Geneticamente Modificados (OGM) são a resposta aos impactos das alterações climáticas na agricultura.

De acordo com esta indústria a modificação genética de plantas, animais e outros organismos vai permitir aos agricultores manterem a sua produção perante as adversidades do clima. Mas, de acordo com especialistas, esta é uma interpretação grosseira desta situação. O que realmente vai acontecer é que estes OGM vão ser parte das refeições das nossas famílias sem que realmente compreendamos os seus verdadeiros efeitos.

A Comissão Europeia, por outro lado, e com o objetivo de melhorar as condições de adaptabilidade dos agricultores à nova era de dificuldades que se avizinha, encontra-se permissiva e pronta a regulamentar a utilização destes organismos. Esta permissão, a confirmar-se, irá também alterar a legislação existente que obriga que os OGM presentes em alimentos sejam devidamente avaliados e identificados no rótulo, para que os consumidores saibam que estão presentes. Com esta alteração estes “novos OGM” passarão a ser indetetáveis.

Entretanto cidadãos europeus, com o apoio da organização Slow Food, fizeram circular uma campanha com vista a fazer notar à Comissão que não concordam com a sua decisão e que a solução para a adaptação às alterações climáticas do sistema agroalimentar passa pela adoção de práticas de agroecologia ao invés da introdução de organismos modificados dos quais nada sabemos ainda.

Os resultados da campanha foram entregues à Comissão para análise este mês e agora é aguardar pelos resultados. Vamos manter-nos atentos ao desenrolar deste assunto.

O sistema alimentar necessita de uma mudança, mas não deste tipo. Encorajar agricultores a introduzir organismos cujos efeitos são desconhecidos e potenciam a manutenção de práticas insustentáveis para o ambiente é percorrer o caminho inverso. É necessário motivar e auxiliar os profissionais da área agrícola para que adiram a práticas agroecológicas, não a tentar contorná-las com modificações genéticas de efeitos imprevisíveis.

No consumidor recai, portanto, um dos papéis mais importantes neste sistema: o direcionamento do seu poder de compra para o apoio de empresas e projetos sustentáveis, quer sejam certificados para produção, transformação e distribuição de artigos biológicos ou quer apliquem metodologias respeitadoras do ambiente devidamente esclarecidas.

O poder de mudar o paradigma está, também, do nosso lado. Hoje se for às compras use o seu poder.