A Importância dos Espaços Verdes em Áreas Urbanas
Múltiplos estudos ao longo dos anos já comprovaram que a vivência em áreas urbanas densamente ocupadas se encontra relacionada com a solidão. E esta por sua vez a sintomas como depressão, ansiedade, demência e até problemas cardíacos (preocupações demonstradas em 2017 pelo Dr. Vivek Murthy, responsável de saúde do governo do ex-Presidente Americano Barack Obama). De acordo com a mesma personalidade mais sintomas se revelam em todos os que trabalham nestes grandes centros populacionais como a redução de produtividade, limitação de criatividade e ainda dificuldades no processo de tomada de decisão.
Estes estudos originaram variadas sugestões para combater a solidão, como sejam a adaptação da arquitetura das cidades de forma a torná-las mais convidativas à interação social e mais facilitadoras da inclusão de animais de companhia nas famílias.
Agora um novo estudo aborda a importância dos espaços verdes nas cidades. Publicado na revista Scientific Reports baseou-se no feedback facilitado por mais de 750 cidadãos do Reino Unido sobre qual o seu estado de espírito e o ambiente que os rodeiam em vários momentos do seu dia-a-dia.
Este estudo foi capaz de comprovar que independentemente da idade, género, etnia, nível educacional ou profissão, o sentimento de solidão aumenta 38% sempre que os inquiridos se encontram num local muito ocupado. Por outro lado, sempre que os voluntários do estudo conseguiam interagir com espaços verdes, observar o céu ou ouvir o canto de aves o mesmo sentimento de isolamento baixa 28%.
Foi assim possível comprovar que a aromaterapia proveniente das plantas, os sons tranquilizadores de folhas, aves ou até de um eventual ribeiro nas proximidades, a estimulação visual proveniente da flora e fauna e a sensação de tato experienciada quando com existe contacto com algum elemento natural, contribuem, de acordo com a equipa responsável pelo estudo, para melhorar a saúde física e mental de todos os indivíduos sujeitos a estes fatores.
Citando Mariana Marabito em entrevista ao Treehugger: “Combinadas, estas experiências proporcionam uma verdadeira terapia que melhora a saúde física e mental humana. A atmosfera num espaço verde é mais limpa do que a área urbana circundante e as próprias árvores libertam componentes antimicrobianos responsáveis por diversos efeitos positivos para a saúde, nomeadamente pela melhoria da imunidade.”
Poucas dúvidas restam de que os espaços verdes, especialmente os incluídos nos centros urbanos, são fundamentais para um futuro sustentável, pois são um enorme contributo para tornarem as cidades mais atrativas e sociais, menos poluídas, mais participativas como ecossistema do ponto de vista da biodiversidade e mais saudáveis.