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Andorin: Conservação de Andorinhas e Andorinhões em Portugal

Andorin: Conservação de Andorinhas e Andorinhões em Portugal

Primavera em Portugal é sinónimo da chegada de andorinhas e andorinhões.

Essas aves extraordinárias, habituadas a percorrer grandes distâncias em voo, perseguindo as temperaturas amenas e altas, regressam ao nosso país para desfrutarem connosco da Primavera e do Verão.

Estas aves tão características dos nossos beirais são essenciais também para o nosso bem-estar, pois como se alimentam exclusivamente de invertebrados, têm uma grande capacidade de controlar populações de várias espécies nocivas, para a agricultura e para a saúde humana, como é o caso dos mosquitos.

Apesar da sua importância generalizada as populações de andorinhas e andorinhões encontram-se atualmente em declínio. As práticas agrícolas que reduzem a biodiversidade local, a má gestão de edifícios que destrói os seus ninhos e as alterações climáticas, que alteram a disponibilidade do seu alimento, são algumas das razões para que a população destas aves esteja a diminuir e algumas espécies estejam já integradas nas Listas Vermelhas (de espécies ameaçadas e quase-ameaçadas) de países como o Reino Unido e a vizinha Espanha.

Neste sentido foi criado em Portugal o projeto Andorin, “com o objetivo de criar uma rede de parceiros que contribuam para o estudo e preservação das andorinhas e andorinhões em Portugal. Procura sensibilizar a sociedade, disponibilizar informação e fornecer ferramentas práticas para a conservação destas aves”.

Na sua plataforma didática é possível, a miúdos e graúdos, aprender a diferenciar andorinhas de andorinhões, a identificar as várias espécies de cada grupo, a saber o que fazer se encontrar uma ave caída no chão, a aprender como criar e a instalar ninhos para as espécies mais comuns e como registar e monitorizar ninhos e colónias para que todos as possamos proteger.

Ter andorinhas ou andorinhões a nidificar em nossas casas é muito positivo para todos, mas compreendemos que a convivência pode não ser simples, pois, por vezes, os sítios que escolhem para nidificar nem sempre são os mais práticos.

Relembramos que estas aves são protegidas e a remoção dos seus ninhos é proibida por lei e apenas deve ser uma opção quando mais nenhuma solução possa ser adotada (como por exemplo a colocação de beirais para impedir a queda de dejetos ou a criação de outros tipos de proteção ou rotina de limpeza dependendo da localização dos ninhos).

No caso de não ser possível chegar a um compromisso e houver mesmo a necessidade de remover os ninhos é possível fazê-lo, desde que devidamente autorizado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). Os pedidos obrigatórios devem ser feitos através de um formulário que deve ser encaminhado através de email para o endereço cites@icnf.pt. O ICNF posteriormente emite uma licença de remoção que identifica a pessoa/entidade que pode remover os ninhos, o local onde os ninhos se encontram e a data-limite para esta atividade.

Consideramos que conhecer mais sobre estas espécies poderá motivar todos a proteger estas maravilhosas aves e a evitar que os seus números continuem a diminuir até uma eventual extinção. Não podemos, nem queremos, passar ao lado de projetos fundamentais como o Andorin e por isso desafiamos todos a visitar a sua plataforma e a aprender mais sobre este tema.

Deixamos ainda a ideia de uma atividade interessante para realizar com a família e amigos: percorrer as ruas da cidade à procura de ninhos de andorinhas e andorinhões, identificar a espécie e registar a sua localização. Experimentem!

Fotografia de Jochen Schaft do diretório Pixabay.