Dia Internacional do Tubarão-Baleia
Hoje celebra-se o Dia Internacional do Tubarão-Baleia. Uma espécie de tubarão que pode medir 20 metros de comprimento e pesar 12 toneladas, consegue mergulhar a profundidades que ascendem a mais de 3000 metros, é completamente inofensivo e encontra-se em perigo de extinção, pois as suas barbatanas e carne ainda são muito procuradas pelo seu alto valor económico.
O perigo de extinção que enfrentam os guardiões dos mares e oceanos é real e pode fazer desaparecer inúmeras espécies de tubarões e raias. Estes animais são importantes para o normal funcionamento dos ecossistemas marinhos e para a sobrevivência de muitas outras espécies devido à sua alimentação especializada.
Podemos acreditar que esta é uma realidade longínqua a Portugal, mas tal não é verdade. Somos o segundo país a nível mundial com a maior exportação de carne de tubarão.
É fundamental uma tomada de ação por parte de todos.
Aos responsáveis pede-se definição de estratégias e áreas de proteção, controlo e punição a quem ousa pescar estes animais em áreas protegidas ou de forma irregular.
À população em geral pede-se que se mantenham informados sobre as espécies em vias de extinção e que evitem o seu consumo e utilização em qualquer formato, como mote para a redução da procura e assim provocar uma mudança de mentalidades e a consequente diminuição da sua pesca.
Eis o que todos podemos fazer de acordo com a WWF-ANP:
- evitar consumir alimentos com cação (designação normalmente atribuída a carne de tubarão na gastronomia portuguesa), pata roxa, tintureira, litão/leitão/Cão do monte ou Cademonte e raia.
- evitar rações de animais que mencionem o ingrediente “farinha de peixe” pois pode incluir tubarão e raia (apesar de existirem ainda poucos estudos). Verifiquem os rótulos dos produtos que pretendem comprar e procurem por designações estranhas como “peixe do oceano”, “peixe branco” ou “isca branca” o que, muito provavelmente, significa que inclui tubarão ou raia.
- evitar suplementos alimentares com óleo de fígado de tubarão ou raia, muito utilizados devido às suas substâncias biológicas ativas.
- evitar cosméticos com esqualeno e ácido hialurónico pois são extraídos do fígado e do humor vítreo dos olhos dos tubarões, respetivamente. Também o colagénio pode ser extraído da pele e cartilagem de tubarões, apesar de ainda não amplamente usada esta fonte, deve ser evitada esta proveniência.
- evitar produtos farmacêuticos com condroitina, normalmente utilizada para combater a fadiga ocular, reumatismo e osteoartrite, é também extraída da cartilagem de tubarões e raias.
- não adquirir qualquer tipo de artigos criados a partir de partes de tubarão. As mandíbulas, os dentes e a pele são utilizados por várias marcas de luxo para criar peças como sejam sapatos, malas, carteiras, cintos, braceletes de relógios, etc.
A complexidade da caça destas espécies em perigo está à vista pois a sua utilização (muitas vezes escondida e disfarçada) é vasta. Mas todos temos um papel.
Hoje no dia do Tubarão-Baleia deixamos o mote para que sempre que compram alimentos ou suplementos, produtos de cosmética, farmacêutica e de moda procurem saber mais sobre o artigo que pretendem comprar. Pesquisem, questionem e, na dúvida ou perante uma resposta desinformada ou insuficiente, não comprem. Substituam estas opções por alternativas vegetais e, se necessário, recorram a aconselhamento farmacêutico ou médico.
As nossas escolhas diárias podem afetar a sobrevivência destas e de muitas outras espécies marinhas, mesmo quando residimos longe do mar e quando não incluímos peixe na nossa dieta.
Juntem-se a nós por um futuro com tubarões e raias nos mares e oceanos e não no prato ou no corpo.
Fotografia de Domingo Trejo do diretório de fotografia Pixabay.