Flores Comestíveis: Como Escolher e Usar
A Primavera é a estação rainha das flores que seguramente muitos de nós adoram observar e cheirar. Mas já experimentaram provar?
As flores comestíveis entraram em moda em Portugal através da nova cozinha e do cake design e, garantidamente, vieram para ficar. Fornecem beleza e diversidade a bebidas, pratos e sobremesas, mas na realidade têm também propriedades benéficas para o organismo. Hoje dedicamos a nossa atenção ao belo mundo das flores comestíveis.
Em primeiro lugar é importante mencionar que nem todas as flores são comestíveis, aliás, muitas das mais belas flores são tóxicas quando consumidas, portanto, é fundamental saber de antemão as espécies a experimentar e identificá-las visualmente. Em segundo lugar não é aconselhado colher estas flores de um jardim público ou de um lindo vaso numa florista, pois em ambos os casos, as flores terão sido expostas a produtos químicos tóxicos (para manterem o seu belo aspeto) que serão ingeridos por nós juntamente com as preciosas flores. Assim o correto será comprar flores de modo de produção biológico a um produtor ou vendedor certificado.
Assim que iniciamos a pesquisa para a elaboração desta publicação compreendemos que este mundo das flores comestíveis é vastíssimo e poderá ser um ótimo entretenimento para o amante de plantas e hortas biológicas, pois as flores atraem polinizadores e cumprirão uma tripla função se ainda puderem ser consumidas e adicionar benefícios à nossa saúde.
Desta forma destacamos apenas alguns exemplos de flores comestíveis que consideramos serem do conhecimento geral e fáceis de adquirir e plantar:
- Amor-perfeito (Viola tricolor) – tipicamente apresentam um sabor fresco e ligeiramente floral, embora possa variar com o tipo de planta. Podem ser usadas em saladas e em sobremesas e são conhecidas pelas suas propriedades diuréticas, antioxidantes e anti-inflamatórias.
- Borragem (Borago officinalis) – tanto as folhas como as flores são comestíveis, sendo as últimas levemente doces, semelhantes a um cruzamento de pepino e mel. Podem ser usadas em saladas, bolos e sobremesas, cruas ou cozinhadas. Atuam como estimulante, produzindo adrenalina e combatendo estados de depressão, pelo que não podem ser utilizadas em demasia.
- Calêndula (Calendula officinalis) - tudo na calêndula é comestível: pétalas, folhas e botões e estes possuem um sabor ligeiramente amargo muito semelhante ao açafrão. É usada em pratos de arroz, peixe, sopa, queijos ou omeletas pelo seu sabor e pela cor que liberta, também amarela. É ainda conhecida por “amenizar as dores menstruais”.
- Capuchinha ou chaga (Tropaeolum majus) – tanto as folhas como as flores são comestíveis, possuem um gosto levemente picante que faz lembrar o agrião. Muito ricas em vitamina C.
- Rosas (várias espécies) - podem ser ingeridas a cru ou misturadas com sumos, saladas e outras preparações, o sabor é adocicado e o aroma leve a fruta e menta. As pétalas frescas podem ainda ser maceradas e adicionadas a líquidos de forma a criar infusões de rosa. É rica em vitamina C e alguns investigadores referem que esta flor pode ajudar a reduzir a ansiedade e a promover o relaxamento.
- Violeta (Viola odorata) - possui um sabor doce e perfumado, é ideal para infusões e adicionar a carne grelhada, legumes salteados, sopas e guisados. Muito utilizada na homeopatia devido às suas propriedades expetorantes, depurativas, cicatrizantes, diuréticas, anti-inflamatória, calmante e laxante.
E aqui está: uma breve introdução ao fascinante mundo das flores comestíveis. Esperamos ter-vos motivado a experimentar e a introduzir estas novas partes de plantas na vossa alimentação, aumentando a variedade da dieta e desfrutando também de todos os seus benefícios associados.
Divirtam-se e experimentem uma alimentação florida!
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