Novas Informações Sobre a Subida do Mar
O novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (do original Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC) veio cimentar as informações que os cientistas dispunham até ao momento sobre vários temas. Um deles é a subida do mar.
Com as novas informações foi possível à Climate Central, uma organização de cientistas e jornalistas especializados nas Alterações Climáticas e seus efeitos, desenvolver uma plataforma modelar para a espectável subida do mar no período de 2030 até 2100. E os resultados são alarmantes.
Focando-nos no nosso país já em 2030, daqui a menos de 9 anos, é já expectável o alagamento de várias áreas territoriais, nomeadamente:
- as margens do Rio Lima em Viana do Castelo, desde Ponte de Lima até à foz do rio
- a Reserva Natural das Dunas de São Jacinto em Aveiro com particular gravidade uma vez que se prevê um alagamento de uma área considerável de zona fortemente urbanizada
- a foz e margens do Rio Mondego junto à Figueira da Foz com ramificações de preocupante incidência em locais com elevada população
- a Reserva Natural do Estuário do Tejo, com manifesta e grave evidência nas zonas de Samora Correia, Alcochete e Montijo (na imagem da publicação)
- o Parque Natural da Ria Formosa em Faro na qual se prevê o total alagamento da praia de Faro, e uma enorme parcela de território costeiro desde Almancil até Tavira
- praias e zonas costeiras um pouco por todo o país. É possível consultar gratuitamente o Atlas interativo em https://coastal.climatecentral.org.
É fulcral a retirada de conclusões destas previsões e a urgente tomada de ações. Porque, de acordo com o mesmo relatório, já não vamos a tempo de evitar a subida do mar, podemos atrasá-la ou diminuir o seu impacto ao longo dos anos, mas já não será possível evitá-la.
Se reside em alguns destes locais é fundamental não entrar em pânico. Estas informações são importantes para nos prepararmos devidamente para o futuro que iremos enfrentar. Procure saber o que a sua autarquia está a planear fazer, compreenda se pode adicionar o seu contributo e de que forma, conheça as proteções da sua habitação, verifique se precisa de realizar melhorias e quais e mantenha-se atualizado sobre as informações que vão sendo publicadas.
A todos os portugueses uma missão: reduzam a vossa pegada ecológica para o mínimo possível e o mais rápido que conseguirem. Se é verdade que não estamos sozinhos nesta luta mundial que são as Alterações Climáticas, também é verdade que todos temos um papel ativo nesta matéria. O momento para agir é agora, porque o futuro é já amanhã.