O Plástico da Nossa Vida
Durante a nossa vida entramos em contacto, propositadamente ou não, com artigos de plásticos seja nos equipamentos elétricos e eletrónicos, materiais de construção e bricolage, veículos, brinquedos e todo o tipo de embalagens. O uso excessivo e o seu descarte rápido proporcionam um aumento do plástico em aterro, rios e oceanos. Mas este plástico é visível e o seu descarte evidente. O mesmo não é possível dizer sobre o vestuário e têxteis vários produzimos a partir de fibras sintéticas como o polyester e o nylon.
Estima-se que 60% de toda a roupa e 70% de todos os têxteis para a casa, sejam produzidos com materiais de proveniência plástica/sintética.
A problemática: as fibras sintéticas são produzidas a partir de combustíveis fósseis como o petróleo e o gás, a sua produção distribuição e consumo produzem enormes quantidades de poluentes atmosféricos que contribuem para as alterações climáticas, necessitam de uma grande quantidade de água, energia e produtos químicos durante a sua produção e a sua fabricação, utilização, lavagem e descarte pode libertar microplásticos para o meio ambiente.
As dificuldades: estas fibras são económicas de produzir, são colocadas à venda a um preço reduzido e, em alguns casos, a sua durabilidade é elevada. Estas condições propiciam uma compra em quantidade destes artigos e um consequente descarte em massa dos mesmos. Nas últimas estatísticas da Agência Europeia do Ambiente foi verificado que os têxteis com materiais plásticos contabilizam 13% de todos os resíduos de plástico produzidos.
Para alcançarmos a solução as indústrias devem: ser incentivadas a escolher as fibras mais sustentáveis para cada artigo produzido (adequando assim as necessidades do consumidor, ao produto e ao ambiente), devem ser potenciados estudos que ajudem a compreender a libertação de microplásticos destes artigos para que seja possível a sua eliminação ou captação, e devem ser apoiados negócios que disponibilizem alternativas de reutilização e reciclagem de tecidos, de modo a que cada seja recuperada a maior percentagem de têxteis possível, prevenindo-se assim nova produção.
O consumidor por seu lado pode adotar as seguintes atitudes: privilegiar a compra de vestuário nas lojas de artigos em segunda mão, preferir peças compostas por materiais naturais (algodão, linho, lã) e sempre que possível provenientes de produção orgânica, e sempre que for inevitável adquirir peças sintéticas lavá-las no interior dos sacos para a lavagem de roupa interior de modo a tentar impedir que os microplásticos sejam encaminhados para a água. Adicionalmente aquando do momento do descarte das peças recorrer ao método correto.
Por um futuro mais consciente para todos.