Os 5 R´s – Parte I
Cada vez mais teorias manifestam a insuficiência dos 3R´s que todos aprendemos: reduzir, reutilizar e reciclar. Uma das novas abordagens é a da Bea Johnson (autora do livro Desperdício Zero) que propõe um novo caminho em direção à sustentabilidade composto por 5 “R´s”: recusar, reduzir, reutilizar, reciclar e compostar (cuja palavra original em inglês é rot – daí o quinto R).
Nesta abordagem o cumprimento da ordem de aplicação dos R´s é ainda mais fundamental uma vez que comprometendo uma das fases não será possível atingir em pleno o resultado final pretendido com todo o processo: reduzir ao mínimo possível os nossos resíduos.
Assim sendo inicia-se o caminho para a sustentabilidade com a Recusa de todos os artigos que não precisamos. Uma atitude simples (consiste apenas em dizer “não, obrigado”) mas que pode causar alguns momentos de desconforto (principalmente quando as pessoas nos estão a oferecer objetos com todo o carinho) mas com a prática torna-se mais fácil. Neste primeiro passo cabem todos os objetos e artigos que vêm parar à nossa rotina, mas que não pretendemos, como sejam: o correio ou a publicidade não solicitada, as ofertas e brindes, os talheres descartáveis, os sacos de plástico e embrulhos desnecessários, etc., e o objetivo é precisamente que deixem de fazer parte da nossa vida. Para tal é necessário que assumamos o controlo e os recusemos abertamente.
A segunda atitude deste caminho corresponde à Redução dos objetos que possuímos para apenas aqueles que efetivamente precisamos. Propomos alguns métodos para esta redução:
- método de "choque" - embalar todos os artigos de utilização não diária e ir desembalando apenas o que necessitarmos ao longo do tempo (o objetivo é compreendermos que tudo o que fica nas caixas ao final de umas semanas ou meses corresponde aos artigos que não precisamos);
- por divisões - percorrer todas as divisões da casa uma a uma colocando tudo o que temos à vista e começar a destralhar tudo o que não utilizamos, por exemplo à mais de um ano (o critério pode ser escolhido por cada família à medida das necessidades);
- de redução por objetos - escolhendo um objeto para descartar em cada dia até sentir que necessita de tudo o que tem em casa.
A adoção do R de reduzir poderá ser a parte mais complicada de todo o processo, uma vez que é altamente individualizada, depende da realidade de cada família ou indivíduo e é um processo em constante atualização, uma vez que as necessidades das famílias mudam drasticamente ao longo dos anos e é necessária uma constante reconversão do que é verdadeiramente necessário em cada momento.
Muito importante: apenas o que destralharmos e que já não se encontra em boas condições é que deve ser descartado para o lixo comum ou reciclagem. Tudo o que estiver em boas condições deve ser vendido, dado ou doado para que o ciclo se mantenha.
Quando foi a última vez que retirou todos os pertences de uma divisão e ponderou se necessita de todos eles? Poderá ser uma ótima atividade para realizar esta semana. Sugerimos começar por uma divisão simples, com poucos objetos em geral e poucos ou nenhuns artigos sentimentais.
Vamos a isso?