Relatório Planeta Vivo
O Relatório Planeta Vivo consiste numa publicação da World Wide Fund For Nature – WWF que estuda de forma abrangente as tendências da biodiversidade global e da saúde do planeta.
Foram publicados os resultados de 2022 e são preocupantes.
Este relatório revela um declínio médio de 69% nas populações de espécies desde 1970 sendo que as populações de água doce são as mais atingidas, apresentando um declínio alarmante de 83% desde essa data.
Por continente as perdas de biodiversidade geral são diferenciadas com 18% de declínio na Europa, 22% na América do Norte, 55% na Ásia-Pacífico (região que inclui o sul da Ásia e a Oceânia), 66% em África e uns impressionantes 94% na América Latina e Caraíbas.
Em números ainda mais alarmantes: já foram perdidos metade dos corais do mundo; são destruídas áreas florestais do tamanho de 27 campos de futebol a cada minuto; o sistema de produção alimentar atual é responsável por 70% da perda de biodiversidade na terra e 50% na água doce.
Apesar dos números revelados serem devastadores os cientistas ainda acreditam que é possível inverter esta tendência e o primeiro passo consiste em compreender que a perda de biodiversidade, as alterações climáticas e o uso insustentável dos recursos do nosso planeta estão relacionados e não são apenas questões ambientais. “São questões económicas, de desenvolvimento, de segurança, sociais, morais e éticas. Os países industrializados são responsáveis pela maior parte da degradação ambiental, mas são as nações economicamente emergentes que são desproporcionalmente impactadas pela perda de biodiversidade. Todos nós temos um papel a desempenhar na construção de uma sociedade positiva para a natureza, que proteja o planeta para a boa saúde de todos”, afirmam os investigadores de forma inequívoca.
Da mesma forma que todos somos parte do problema, devemos também ser parte da solução. Eis as propostas dos cientistas para que cada de nós reduza o seu impacto no ambiente e contribua para reverter a tendência de extinção e destruição do planeta:
- Usar menos energia – utilizar um fornecedor de energia 100% renovável, instalar painéis solares e fotovoltaicos, instalar luzes LED, escolher aparelhos energeticamente eficientes e isolar adequadamente a casa são algumas ideias, mas no geral o importante é reduzir os consumos reais (desligando luzes e equipamentos não precisos, vestindo roupa adequada, utilizando cobertores e mantas ao invés de manter o aquecimento ligado, reduzindo a temperatura da água quente para os banhos, cozinhando de forma eficiente, secando a roupa ao ar, etc.).
- Comprar menos coisas – produzir tudo o que compramos consome energia e recursos naturais. A resposta é comprar menos, reutilizar mais, pedir emprestado, comprar em segunda mão e reciclar tudo o que for possível. Cada compra deve ser muito bem ponderada e devem ser escolhidos produtores cujos métodos de produção possuam o menor impacto possível no ambiente.
- Viajar de forma mais sustentável – preferir viagens a pé ou a partir de métodos ativos (bicicleta, trotinete, skate, etc.), métodos elétricos, transportes coletivos ou, no caso de nenhum dos anteriores ser aplicável, transporte particular não elétrico, mas partilhado e sem peso desnecessário. Para viagens mais longas em que o avião é absolutamente necessário preferir voos diretos.
- Repensar a dieta - alimentos de origem animal têm, geralmente, um maior impacto na natureza principalmente a produção de carnes, laticínios e mariscos. É possível continuar a introduzir alimentos de origem animal na nossa dieta, mas a sua quantidade deve ser reduzida ao mínimo possível. A sua substituição por alternativas vegetais é fulcral para o futuro sustentável do planeta. Pesquisar receitas e ser criativo na cozinha promove uma dieta mais variada e nutricionalmente mais saudável.
- Falar e agir – entrar em contacto, pedir e motivar outros pode ser feito de variadas formas: solicitando a fornecedores alterações no seu método de produção ou envio, optando por bancos que não invistam em combustíveis fósseis, convencendo a empresa a adotar métodos de reciclagem, compostagem e/ou eficiência energética, instigando o município a criar condições para uma mobilidade sustentável.
A convicção é deles e também a nossa. Os dados são dramáticos, mas a nossa resposta tem potencial para ser também ela desafiadora e reverter esta tendência o quanto antes. As ações individuais podem e vão trazer grandes mudanças.
Junta-te a nós. Torna o teu dia-a-dia mais sustentável e faz parte de um futuro melhor, para todos.
Fotografia de Gisle Sverdrup, Silverback Films, Netflix.