Um Estilo de Vida Sustentável É Mais Caro?
Temos vindo a compreender que existe um preconceito perante o estilo de vida sustentável: a maioria acredita que viver de forma sustentável é mais caro.
Hoje gostaríamos de abordar esta ideia e ajudar a esclarecer algumas dúvidas que possam existir.
Algumas pessoas acreditam que para viver de forma verdadeiramente sustentável é necessária uma habitação independente. Apesar de poder facilitar em alguns aspetos a independência conseguida com uma habitação ao invés de um apartamento, não é um fator impeditivo de adotar uma vasta gama de atitudes sustentáveis como sejam até a instalação de um compostor comunitário ou a instalação de painéis solares para uso partilhado.
A grande maioria das pessoas tem a pura convicção de que o estilo de vida sustentável se baseia na compra de artigos e alimentos dispendiosos. Na realidade este “modo de vida” é mais focado no que não se compra do que o contrário. Todas as diretrizes sustentáveis focam-se na redução: do consumo, da pegada ecológica, dos resíduos, das emissões de gases com efeito de estufa, etc., que na prática se resumem a fazer mais com menos.
É compreensível a associação deste estilo de vida a apenas uma pequena faixa da população devido à aquisição de artigos mais caros, mas na realidade não é exatamente assim que acontece, pois quando compramos apenas o que necessitamos e usufruímos ao máximo de tudo o que compramos, vamos acabar por ter mais dinheiro à disposição para comprar melhor. Desta forma compramos em menor quantidade, mas de melhor qualidade.
Este facto conduz-nos ao próximo esclarecimento relacionado com uma vida sustentável ser mais trabalhosa. De facto, quando cumprimos ao máximo possível a redução de consumo e a utilização de todos os artigos adquiridos somos confrontados com algumas tarefas como sejam: remendar, reparar, reutilizar, criar, partilhar, trocar, vender, doar e reciclar, mas todas elas podem ser encaradas como um investimento pessoal (pois aprendermos novos conhecimentos, como por exemplo, costurar ou cozinhar), como um investimento social (muitas das tarefas envolvem contacto com outros) e como um investimento ambiental.
Alguns dos passos para uma vida sustentável podem ainda ser realizados de forma gratuita, como por exemplo: a compostagem, a replantação de restos de vegetais, a sementeira junto à janela, a escolha de um fornecedor de energia de fontes renováveis e a participação em cursos/workshops/webinars em artes como a costura, a cozinha e a jardinagem.
Para além do já mencionado, na realidade, algumas atitudes sustentáveis ajudam ainda e efetivamente a poupar:
- energia quando adotamos práticas simples em casa para iluminar (desligar luzes desnecessárias e substituir lâmpadas por LED), cozinhar (utilizar os tachos com a tampa colocada, cozinhar em grandes quantidades para conservar, deixar o calor residual acabar de cozinhar a refeição) e aquecer (isolar portas e janelas, optar por equipamentos eficientes, utilizar termóstatos);
- água quando tomamos duches curtos, fechamos a torneira sempre que a água não é necessária, utilizamos máquinas de lavar com o tambor cheio, reutilizamos água de lavar legumes ou arroz para regar;
- na alimentação quando realizamos menos refeições fora e adotamos uma dieta o mais vegetal possível. Um estudo realizado no Reino Unido concluiu que os praticantes de uma dieta vegan gastam aproximadamente menos 40% nas suas contas de mercearia e supermercados comparativamente aos consumidores de carne;
- em gasóleo, manutenção de veículo particular ou passe mensal dos transportes públicos quando optamos por realizar alguns dos trajetos diários a pé, de bicicleta ou trotinete.
Se pretende tornar o seu estilo de vida sustentável não se deixe influenciar por preconceitos impeditivos. Experimente o que funciona para o seu caso, um passo de cada vez. Acreditamos que assim que compreender os verdadeiros ganhos deste estilo de vida não vai mais querer parar.
Junte-se a nós neste percurso a caminho da sustentabilidade!