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Dá o Salto: Veste Retro

Dá o Salto: Veste Retro

Na semana passada iniciamos uma nova rubrica sobre o movimento em prol do estilo vida sustentável The JUMP, com o primeiro princípio Comer Saudável.

Hoje prosseguimos a nossa missão de partilhar os factos científicos que levaram à criação deste projeto com o segundo princípio: Vestir Retro.

De acordo com dados atuais a indústria do vestuário, e mais concretamente, a do fast-fashion contribui com mais gases com efeito de estufa do que o setor dos transportes combinado e é responsável por variados impactos negativos na comunidade para além do ambiental, como sejam o económico, o cultural e o social.

A ideia do fast-fashion introduziu na sociedade uma “necessidade incessante” de possuir um elevado número de artigos de vestuário, para que seja possível um novo look diário que rivalize com os demais.

Esta “necessidade” conduziu a que a indústria disponibilizasse o maior número de coleções anuais possível (algumas marcas lançam uma média de 24 coleções anuais!) que claro não seriam possíveis sem um elevado esforço humano, mal pago e em condições de trabalho, não raras vezes, desumanas.

Para produzir esta quantidade enorme de vestuário barato são utilizados métodos de produção não sustentáveis que descarregam no ambiente inúmeras quantidades de poluição atmosférica e hídrica.

Mas o impacto não termina aqui. Como as peças baratas não apresentam durabilidade, muito rapidamente são descartadas pelo consumidor, normalmente para o lixo comum, onde acabam a ser enterradas em aterro, a ocupar espaço útil do nosso território, ou incineradas, produzindo ainda mais gases com efeito de estufa.

A resposta deve ser disruptiva e suficientemente forte para forçarmos a mudança do sistema implementado. Eis as propostas do JUMP:

- prevenir as compras por impulso: antes de qualquer compra de vestuário e acessórios devemos tirar um momento para analisar o que já possuímos. Parece básico, mas compramos muitos artigos que não precisamos apenas porque não nos recordamos das peças que já temos.

- recorrer a ateliers locais: para recuperar peças com defeito mas ainda em bom estado e até para dar uma nova vida às peças usadas transformando-as em algo diferente.

- comprar apenas três peças de roupa novas por ano: este esforço irá fazer-nos refletir sobre a importância dessas peças e permitir investir em qualidade, o que na realidade se traduz em poupança a médio prazo pois, em média, peças de roupa de maior qualidade duram três vezes mais. Ou seja, mesmo que paguem o dobro ainda ficam a ganhar.

- para todas as restantes compras necessárias optar por lojas de segunda-mão: possibilitam a rotação de peças de vestuário, prevenindo o seu descarte prematuro, e a compra de artigos em bom estado a preços reduzido.

- para todas as peças que não necessitam de ser compradas optar por serviços de aluguer: quantos de nós não têm vestidos e fatos utilizados apenas numa situação ocasional fechados no armário? É quase certo afirmar: todos. Para estas situações o movimento propõe que se recorra a serviços de aluguer de vestuário e acessórios, promovendo a rotação de artigos específicos e evitando assim o gasto de recursos e a poluição gerada pela produção artigos novos.

Cinco mudanças para o consumo que desafiam, mas não limitam as opções de vestuário, na nossa opinião, apenas o tornam mais interessante e único, sendo que a probabilidade de encontrarmos mais alguém com uma peça igual diminui drasticamente.

Aceitam o desafio e saltam connosco?